O tempo que foge de mim

Tinha talvez 12/13 anos e lembro-me como se fosse ontem. Queria chegar rapidamente aos 18 anos, e disse ao meu Pai que o tempo não passava rápido. Demorava muito a passar e os anos eram longos. O meu Pai respondeu-me - " quando fizeres 18 anos o tempo vai voar, e terás saudades do agora."

Na altura achei pouco provável que o tempo "voasse", pois se naquela altura era tão difícil transformar dias em meses, certamente que seria sempre assim. 

Mas não, a partir dos 18 anos, e tempo mudou de velocidade e começou a andar a um passo mais acelerado.  

Então quando me casei ( já lá vão praticamente 7 anos), o tempo começou a correr, e depois quando os meus filhos nasceram, aí sim, começou a literalmente voar! 

Lembro-me como se fosse na semana passada o nascimento do João, lembro-me como se fosse há poucos dias quando começou a andar e a falar, e com a rapidez que começou a correr a casa toda. Na sua primeira semana em casa, com a minha (pior que ) péssima recuperação, as dificuldades em dar de mamar e o acordar de 3/3horas pensei que nunca mais iria sair do quarto. Mas o tempo lá passou, devagar, devagarinho,e tudo melhorou. Depois quando começou a dormir muito mal, pensei mesmo que nunca mais na minha vida iria dormir umas 8 horas seguidas. E lá fechamos os olhos, seguimos em frente, um dia de cada vez, e tempo passou mais uma vez.  E quando ele disse "mamã minha", eu queria congelar aquele momento para sempre. Mas o tempo também passou..e novos momentos vieram, foram vividos e sentidos. Lembro-me como se fosse ontem o seu primeiro dia na escola, e já lá vai quase um ano.
 

Faz -me impressão de não poder "controlar" o tempo, abrandá-lo nos bons momentos ou colocar em fast forward nas alturas piores. Gostava de poder segurar o tempo, e congelar algumas sensações, alguns momentos doces e alegrias e felicidades. Num abrir em fechar de olhos já estaremos com netos, e com vidas recheadas de pessoas e memórias. Talvez por não conseguir controlar a velocidade do tempo, tenho a mania das fotografias e dos vídeos. Registo tudo, com datas e pastas próprias. Álbuns, caixas de fotografias, pastas digitais, fotografias espalhadas pela casa - adoro!!! Assim, quando for velhota, e tiver os meus netinhos á minha volta, a puxarem-me a saia e os óculos, vou poder mostrar a nossa história, a nossa vida. 

Não sei se também vos acontece isto, mas não me "vejo" com a idade que tenho. Acho que ainda tenho 16,18,20 anos , e por vezes quando caio em mim, e digo, já tens dois filhos e 32 anos! Não me sinto com 32 anos, não me sinto como aquelas senhoras que via quando era mais nova e que achava que eram muuuiiiiittooo mais velhas e com vidas já feitas e casas e família  e tudo mais. Não me sinto como aquelas mamãs que via a irem buscar os filhos pequenos quando estava no colegio, mas que agora pensando bem, não devem fazer muita diferença de mim e do que sou hoje. 

Para a semana o Tomás faz um ano. E parece que foi mesmo ontem que nasceu , que estávamos no hospital, e que o trouxe para a casa. 1 ano, 365 dias que passaram a uma velocidade supersónica. Com coisas boas e outras menos boas, altos e baixos, mas acima de tudo com muita saúde e muito amor. O que, se pensámos bem, é o que realment importa|



O tempo que foge de mim....

Comentários

  1. Eu também não me vejo com 31 anos, principalmente quando estou em treino/jogo, em que a média de idades da minha equipa é de 21 anos. Isso também me faz sentir mais nova.
    Para mim o tempo passa devagar quando estou a passar fases menos boas (o primeiro mês do Baby Boy - também tive uma recuperação horrível), o não dormir à noite, os pequenos problemas de saúde... Mas quando tudo corre às mil maravilhas, o tempo é mais rápido que a velocidade da luz! Acho que vai ser sempre assim! E como não há nada a fazer, é mesmo viver um dia de cada vez e tentar repetir os dias bons.

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